COMPACTO DO CINEMA PERNAMBUCANO
A CONSTRUÇÃO DO CINEMA NO MUNDO
Este trabalho tem o
objetivo de mostrar o processo de formação do cinema em Pernambuco ao longo
da história, como ele surge e as
primeiras contribuições para o seu desenvolvimento. Iniciaremos nosso estudo a partir do século
XVIII, quando ainda eram usadas as técnicas de fotografia para a construção dos
primeiros filmes; passaremos pelos irmãos Lumière em 1895, o norte-americano
David Griffth e a sétima arte, até
chegarmos no Brasil e a campanha
pró-cinema com os ciclos regionais que culminou
no ciclo do Recife.
O início do cinema
acontece no século XVIII, utilizando as técnicas de fotografia já
existentes, Unidas a uma combinação das Lanternas Mágicas e
imagens sem movimentos, Esse foi o princípio do que mais tarde chamaremos de Sétima arte. Com passar do tempo, inúmeros cientistas despertaram o interesse pela pesquisa
cinematográfica, o que contribuiu para o desenvolvimento de outras técnicas de
projeção.
Em 1824, o belga Joseph
Antoine Plateau, Construiu um aparelho que criava a ilusão de movimento das
fotografias; a partir daí, vários outros cientistas desenvolveram aparelhos
semelhantes que funcionavam com desenho e fotografias. Mas
foram os irmãos Lumière, em 1895 que
realizaram as primeiras projeções cinematográficas.
Em 1908, o
norte-americano, David Griffth utilizando o jogo de câmera e Luis,
efeito Claro-escuro, movimentando as imagens nas salas de projeção, isso
levou o cinema a ser considerado arte
e ganhar o título de sétima arte.
O CINEMA NO BRASIL
Em 1920, aconteceu em
todo o país o movimento pró-cinema, elaborado pelas revistas Para todo mundo e
Selecta. Devido à força de propaganda que essas duas revistas tenham, surgiu em
todo o país, um ciclo de cinema: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte,
Porto Alegre, Recife foram algumas das capitais que mais se destacaram naquele
momento.
Recife se destaca porque
o seu cinema mudo tornou-se uma das grandes Representações sociais da época,
isso porque os filmes realizados na capital pernambucana valorizavam o
cotidiano das pessoas, o Nordestino e o povo brasileiro. Era o desenvolver do
sentimento nacionalista!
A história do cinema
pernambucano é dividida em duas partes: o ciclo do Recife e o ciclo Super-8
O CICLO DO RECIFE
No ano de 1922, o ciclo
do Recife foi um dos movimentos mais importantes da história cinematográfica
brasileira. Criando filmes de forma artesanal. Contando com a colaboração de
jovens de diversas áreas de atuação, o cinema pernambucano encabeçava a ideia
de que os nossos filmes deveriam retratar a realidade social do nosso país.
Nessa época, nomes com
os de Edson Chagas, Gentil Royz, Ary Severo,e Jota Soares despontam como defensores O Resgate da
memória das raízes brasileiras. Naquele momento,
vivemos a melhor produção longa-metragem e documentários com temáticas nacionais.
O marco inicial da
sétima arte pernambucana foi o filme Retribuição de 1924. Escrito por Gentil
Royz, o filme tem a temática romântica de bandido e mocinha, e foi dirigido
pela equipe do Barreto Junior. Outro filme que também se destacou
naquela época foi Aitaré da praia, tendo como tema os Jangadeiros. Esse filme é
considerado o melhor filme 35mm. em termos
de produção e direção da primeira fase do cinema do Recife.
É nesta fase que
acontece a construção das primeiras salas de cinema do Recife, e também as
primeiras produtoras. O cine Royal se torna o grande templo do romantismo
cinematográfico em Recife, a cada filme que estreava no Royal, o cinema era enfeitado
com bandeirolas e folhas de canela para atrair o público.
Chegam os anos 30, e o
ciclo de cinema do Recife entrar em
declínio devido a alguns fatores: o momento ruim da economia e a forte concorrência com o cinema
norte-americano contribuem para o fim da
primeira fase do cinema em Pernambuco.
Mesmo no período de 28
anos de queda, o cinema Pernambucana produz o último filme intitulado
Recife cenário da vida, de Jota Soares e Mário Furtado de Mendonça.
Neste período também é produzido o primeiro filme sonoro em Pernambuco: o
coelho sai de Newton Paiva e Firmo Neto. Além de alguns documentários de
temática antropológica realizados pelo instituto Joaquim Nabuco de pesquisas
sociais.
Vale salientar que mais
dois longas foram realizados nesta época: O Auto da Compadecida de Ariano
Suassuna, e uma adaptação do poema Morte e Vida Severina de João Cabral de Melo
Neto.
Os filmes anos 70 representam
uma inovação no mercado cinematográfico mundial, a Kodak lança a bitola Super-8 e
causa uma renovação no universo
do cinema.
CICLO SUPER -8
No ano de 1973,
acontece em Pernambuco um movimento de grande relevância para o cinema, tão nacionalista e inovador quantos
ciclo do Recife, este movimento
trazia a fusão de áudio e vídeo para as telas
recifenses.
o ciclo Super -8
inaugura um período de novas possibilidades para sétima arte Pernambucana. Com acontecimentos de festivais
de curta-metragem acontecendo em todo país, em 1964, quatro filmes
Pernambucanos estavam entre as atrações do circuito nacional: Caboclinhos do
Recife; Bajado, um artista de Olinda;
A górgona Doméstica, Vaquejada.
Fernando Spencer é
considerado o produtor que mais incentivou a segunda fase do cinema no Recife,
são mais de 36 filmes e documentários
que retratam se valorizam a cultura
pernambucana. Vários outros nomes se destacaram na fase superotista recifense,
entre eles estão: Jomar Muniz de Brito, Geneton Moraes Neto, Celso Marconi,
Walderes Soares, Paulo Menelau e inúmeros outros que contribuíram para o
super-8.
SALAS DE CINEMAS EM RECIFE
Localizado na Rua Nova,
o cine Royal se tornou uma das grandes
casas de projeção de Pernambuco, pois o
espaço representava todo o glamour e entusiasmo
com o cinema da sociedade recifense. Foi no Cine Royal que aconteceu a
primeira sessão de filme em
Pernambuco: o filme Retribuição. É
lamentável que com passar dos anos e a construção de salas como O Moderno e o
Cine-Teatro do Parque, o Royal Tenha Perdido espaço; no entanto, Graças
ao prestígio do seu proprietário, o
espaço não perdeu a sua relevância, e
hoje seu valor é reconhecido por muitos historiadores.
Cine-Teatro do Parque:
localizado na Boa Vista, na década de 20 passou por uma grande reforma graças ao empresário Luiz César Ribeiro. O
cinema foi revitalizado e se tornou um dos mais luxuosos espaços
cinematográficos da capital pernambucana.
Cinema São Luiz: Localizada
às margens do Rio Capibaribe, na cabeceira da ponte Duarte Coelho, foi
construído em 1962. O cinema São Luiz é um dos mais importantes prédios de
Pernambuco, com sua concepção clássica, Hoje ele é um dos mais importantes
monumentos da arte e da arquitetura pernambucana.
No ano de 2008, ele foi
tombado como monumento histórico Governo do estado, ele foi revitalizado e o
com apoio da Fundarpe, o cinema São Luiz trouxe de volta o seu público cativo.
Hoje, ele é um dos símbolos da preservação
e contribui para difundir a cultura do nosso Estado.
CINEMA PERNAMBUCANO NA ATUALIDADE
Com o filme Baile
Perfumado de 1997, o cinema pernambucano ressurge e se torna um dos mais
relevantes do país. Colecionando sucesso de crítica e público, a sétima arte Pernambucana, hoje é uma grande representação não só do nosso Estado, mas do nosso país. Isso acontece
porque os temas dos filmes produzidos em Pernambuco abordam questões nacionais, mostrando a universalidade da arte produzida em Pernambuco.
Em 2007, governo de
Pernambuco assumir uma nova postura com relação ao cinema pernambucano, com o
objetivo de implantar uma política pública que fizesse com que o povo pernambucano tivesse mais acesso a cultura de uma forma regionalizada através
do cinema; de lá para cá, cinema vem se fortalecendo e se
estabelecendo cada vez mais no cenário
nacional.
Filmes com o Baile
Perfumado, Amarelo Manga, A febre do Rato, contam nossa história, retratam o
nosso cotidiano, nossos dramas e Anseios.
Também cumpre o papel de levar informação e cultura ao nosso povo,
mostrando nossos costumes, nossos valores, nossa tradição; criando um intercâmbio com outras culturas e abrindo nossas
janelas para o mundo.
Por Salomão Fonseca
Referencias
MACHADO, Regina C.V. Fundação Joaquim
Nabuco. Cinema Pernambucano. Disponível
em: http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=520&Itemid=1
. acessado em 10 de Dezembro de 2015.
MARINHO, Carla. Cinema
Classico. História do Cinema em
Pernambuco. Disponivel em: http://cinemaclassico.com/index.php/entertainment/item/1539-historia-do-cinema-pernambucano
. acessado em 10 de dezembro de 2015.
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